No meu processo, não há nenhuma prova direta que me incrimine (aliás, nem podia haver porque não cometi nenhum crime). No entanto, como sucede em muitos casos de justiça, a opinião dos juízes já estava formada à partida e, durante o julgamento, apenas procuraram o que confirmasse uma ideia prévia, o que facilmente dá origem a erros.
Neste caso, o tribunal criou uma ficção assente em três erros:
- Primeiro erro: Ter feito um “pacto corruptivo” com Ricardo Salgado em março de 2005, nas vésperas de ser nomeado para o governo (capítulo 4).
- Segundo erro: Terem decorrido desse pacto pagamentos indevidos do BES/GES entre 2005 e 2013 (capítulo 5).
- Terceiro erro: Em contrapartida, ter tomado uma série de decisões favoráveis aos interesses do BES (capítulo 6).