Fui condenado a 10 anos de prisão e a minha mulher a 4 anos e oito meses, por supostamente:
i) Ter feito um pacto corruptivo com Ricardo Salgado em março de 2005, nas vésperas de ser nomeado para o governo.
ii) Ter recebido vantagens indevidas entre 2005 e 2013 (menos de 1/3 enquanto estive no governo e o restante posteriormente).
iii) Ter feito 5 favores ao BES, de um lote inicial de cerca de uma dúzia.
O livro concentra-se em provar de forma objetiva e verificável os erros cometidos pelo tribunal que me condenou:
- Primeiro, não fiz nenhum pacto com Ricardo Salgado.
- Segundo, não recebi pagamentos indevidos, nem enquanto fui ministro, nem posteriormente.
- Terceiro, não favoreci o BES no exercício das minhas funções.
Além disso, o tribunal demonstrou uma inacreditável parcialidade, ao não considerar como provada a minha interferência em várias decisões contrárias aos interesses do BES. Ainda bem que o fez, porque não poderia haver melhor prova da sua falta de isenção.
Ao mesmo tempo, é minha obrigação reconhecer que também errei. Contra o desejo da minha família, aceitei ser nomeado para o governo, mesmo sabendo da prática inaceitável do BES e dos seus acionistas ao remunerarem administradores e quadros superiores.
Coloquei acima de tudo o desejo de retribuir ao meu país o que dele recebi. Esse foi o meu erro. No entanto, esse erro não constitui um crime.
Método
Uma vez que as principais peças do meu processo (ou melhor, do nosso processo, porque a minha mulher também nele foi envolvida) já foram publicadas em formato papel e digital, esta demonstração é verificável por quem assim o entender.
📖 Referência:
🔗 Ricardo Sá Fernandes – Âncora Editora